Estamos, mais um ano, a festejar os Santos Populares.
Na Sarzedas do Vasco, foi costume em tempos já longínquos, (princípio do séc.XX), festejar com mais fervor o S. João. Ouvi contar que em noite de S. João havia fogueiras, como em muitas outras aldeias. Além do convívio que era feito, os rapazes mais novos faziam fachos com carquejas que acendiam na fogueira e percorriam os campos já semeados, com os fachos a arder. Afastavam assim todos os males invocavam a protecção divina para boas colheitas. E não provocavam incêndios, digo eu agora!
Pelo S. João, apenas me lembro de as moças solteiras fazerem bonitos arcos de flores que colocavam nos fontanários.
Numa aldeia onde acontecia tanta coisa... e não acontecia nada... era para mim uma alegria de criança, olhar, ver, comtemplar o colorido daqueles arcos, sentir o cheiro das suas flores. Agora mesmo o sinto no olfato sem ele existir, está memorizado tal como sei que dois e dois são quatro.
A propósito, a Fátima, o ano passado 2006, fez um arco, para a fonte de baixo, estava bonito como os de há cinquenta anos atrás. Aqui vai a foto que ela me cedeu.
Fotos: - Arco de S. João 2006 na fonte de baixo
No arco colocou o seu poema à água:
Sou parte da mãe natureza
Sou parte do que há em ti
Sou o cravo sou a rosa
Sou a flor do teu jardim
Lembra-te Ó peregrino da noite
Nunca te esqueças de mim
Sou levada pelo vento
Com tudo o que há em mim
Não tenho terra nem Pátria
Sirvo a todos por igual
Sou a alma desta terra
A alma do mundo afinal
Sou água, água de Portugal