ANTES DA BROA
Amassa-se a farinha, mistura-se o fermento e deixa-se a levedar.
Agora é preciso aquecer o forno.
Pois é, para cozer a broa é preciso aquecer o forno e para aquecer o forno é preciso lenha.
Atualmente em quase todos os arredores das aldeias existem árvores por podar, árvores secas, arvores a precisar de desbaste. A fuga de pessoas para os grandes centros deixou as aldeias sem gente nova e as propriedades ao abandono. De vez enquanto aparece um “teimoso” e lá vai limpando, cortando silvas. Arranjar lenha é somente preciso levar a ferramenta adequada seja motosserra, serrote ou machado e querer manobra-la. Muita gente dá gratuitamente de boa vontade a lenha das suas árvores, o difícil é arranjar quem queira ir lá cortá-la. Antigamente não era assim, as propriedades e as árvores andavam limpas e a lenha era sempre precisa para cozinhar em casa.
Quando se pretendia aquecer o forno, recorria-se aos gravetos de pinheiro.
Quem sabe o que são gravetos (chamiço, garavato, garaveto, gravato)?
Os gravetos são os ramos secos das árvores. Na Sarzedas um molho de gravetos de pinheiro foi muitas vezes a solução rápida para aquecer o forno. Mas não era fácil dado que os gravetos estavam altos e agarrados ao tronco. Então inventaram o gancho para gravetos. Uma vara comprida de 4 ou 5 metros com um gancho de ferro ou madeira atado com um arame ou pregado na ponta. Com esse gancho puxavam-se os ramos secos para baixo com força até partirem, fazia-se um molho atado com uma corda e levava-se às costas ou à cabeça até ao forno .