A propósito de fotografias:
| Máquina fotográfica de caixa de madeira. |
Fotógrafo antigo a trabalhar na rua com máquina acente em tripé. A distância era sempre a mesma para manter a focagem. |
![]() | ![]() | Máquina fotográfica de fole.
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Há quarenta ou cinquenta anos atrás, ninguém poderia imaginar a evolução que teriam as máquinas fotográficas e muito menos o modo de captar as fotografias e o facto de podermos manipulá-las posteriormente tal como acontece agora com a fotografia digital.
Ao vermos um fotógrafo com a sua máquina de caixote ou de fole, colocada no tripé nunca pensámos na hipótese de podermos vir a ter uma, tirar fotos e executar as mesmas.
As técnicas aplicadas só muito mais tarde as entendemos e as podemos experimentar, apesar de tudo já em câmara escura e não na rua.
“Presunto”, era alcunha de um senhor que julgamos que era natural da vizinha aldeia do Mosteiro e casou na Alagoa onde vivia com a esposa chamada Celeste, também conhecido por “Retratista” e de seu nome José Jacinto.
Sobejamente utilizadas em todas as romarias e festas populares são ainda hoje atracção em muitas delas, como em Campo Maior, em Tomar e em muitos outros locais mais ou menos conhecidos.
Executadas em vários tipos de papel são sobretudo os papeis crepon, lustro ou seda que lhes dão forma.
Na sequência das artesanais flores de papel outros materiais lhe sucederam, sobretudo os tecidos e os plásticos, criando a indústria de flores artificiais.
As ditas flores eram-nos mais familiares.
Cedo aprendemos a fazer rosas de papel de seda.
Quando víamos as da Ti Celeste, luzia-nos o olho em especial nas de “papel” metalizado. Restava-nos a pena de não saber fazer, tal como a vaca que dava vinho.
Por motivos profissionais sabemos agora como se faz a “vaca” e como se fazem as “flores de papel” sendo trabalhos semelhantes desenvolvidos nas aulas pelos nossos alunos.
Os cravos de papel eram usados, no dia da festa de S. Pedro, pelos mordomos. As mais pequenas, de "papel" metalizado, eram oferecidas a quem dava uma boa esmola para a festa. Havia ainda umas flores mais pequenas, apenas com uma "folha" de pétala e com um afinete de cabeça espetado no meio, seguro com uma pinga de lacre. Estas serviam para colocar na gola do casaco dos homens que davam uma pequena esmola. Este peditório era feito no arraial por grupos de duas meninas solteiras. Mais tarde estas pequenas flores foram substituidas por pequenos autocolantes com a imagem do santo ou santa da festa, do tipo dos que se usam no peditorio da L.P. contra o Cancro ou da Cáritas. Todas estas tradições deixaram de existir na festa do S. Pedro e na maoiria das outras, contudo, na festa da Senhora da Saúde em Fontão Fundeiro, ainda distribuem autocolantes com o ícone da Santa.