Aldeia do concelho de Castanheira de Pêra, distrito de Leiria

04
Mar 13

 

Recebi por mail uma informação curiosa sobre a cobrança de impostos por Portugal ao Brasil no séc. XVIII __ "o quinto"__ e também o quanto cobra atualmente o governo brasileiro aos seus contribuintes, sendo esse valor aproximadamente "dois quintos".

Transcrevo:

 

Aprendendo sobre mais uma das expressões usuais
(para quem ainda não sabia...)
O   1/5 e os 2/5 dos infernos
 
Durante o Século 18, o Brasil-Colônia pagava um alto tributo para seu colonizador, Portugal.
Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso País e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de "O Quinto".
Esse imposto recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro.
O "Quinto" era tão odiado pelos brasileiros, que, quando se referiam a ele, diziam
"O Quinto dos Infernos".
E isso virou sinônimo de tudo que é ruim.
A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os "quintos atrasados" de uma única vez, no episódio conhecido como "Derrama".
Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de "Inconfidência Mineira", que teve seu ponto culminante na prisão e julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes
De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário IBPT, a carga tributária brasileira chegou ao final do ano de 2011 a 38% ou praticamente 2/5 (dois quintos) de nossa produção.
Ou seja, a carga tributária que nos aflige é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente "dois quintos dos infernos" de impostos...
Para quê?
Para sustentar a corrupção? Os mensaleiros? O Senado com sua legião de "Diretores"? A festa das passagens, o bacanal (literalmente) com o dinheiro público, as comissões e jetons, a farra familiar nos 3 Poderes (Executivo/Legislativo e Judiciário)?
Nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do "quinto dos infernos" para sustentar essa corja, que nos custa (já feitas as atualizações) o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa!
E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a metade dos impostos que pagamos atualmente...!
Não deixem de repassar...  estaremos,  pelo menos, contribuindo para  relembrar parte da História do Brasil... 

 

 

A "décima" era o imposto cobrado aos proprietários antigamente. Pagavam a décima parte dos rendimentos obtidos. Eram cobrados ainda: "o braçal" aos homens que trabalhavam, se não trabalhassem pagavam à mesma, a licença de isqueiro a quem usasse, imposto de circulação para bicicletas. Sendo estes três últimos bastante controversos.

 

E sabem como chegavam às pessoas os avisos de pagamento?

Eram espetados num arame que por sua vez estava pendurado numa porteira de madeira que dava entrada para o pátio do primo Adelino, junto à fonte de baixo.

Ali se dirigiam todos os habitantes  que sabiam ler e procuravam o aviso com o seu nome. Quem não sabia ler tinha que pedir a quem soubesse.

Não sei ao certo por quem eram ali colocados, mas suponho que poderia ser qualquer portador que passasse pela repartição de finanças do concelho e fazia o "favor" de os trazer.

Até ao fim do mês  davam corda aos sapatos, (porque o bilhete da camioneta custava 22 tostões) e iam pagar à Castanheira. Quem não podia ir tinha que pedir a quem fosse para lhe fazer o pagamento.

Quem deixasse passar o prazo dizia-se que deixou ir a décima para o relaxo pelo que viria a pagar com juros que iam aumentando com o tempo. Sendo proporcinal ao valor da divida  o valor dos primeiros juros eram uns tostões a mais.

 

No local indicado pela seta existia uma porteira semelhante à da foto seguinte

 

Esta ainda serve para afixação de cartazes

publicado por Sir do Vasco às 22:17

8 comentários:
Não recordo ver os avisos de pagamento que menciona, mas como procuro que a história da minha terra natal não desapareça, sei que por lá os editais eram afixados quase sempre numa árvore que hoje podia ser um símbolo da minha aldeia. Lamentavelmente cortaram-na. Presentemente já dão mais valor ao património público arbóreo e ainda bem.
Sobre o "Quinto" e origem da expressão "Quinto dos Infernos" não conhecia e desconhecia que era tão antiga!
É certo que o nosso ouvido está muito familiarizado com a pronúncia brasileira e com algumas palavras devido à música brasileira e às muitas novelas da Globo que por cá passam, que usam muito a expressão: "Vai para o Quinto dos Infernos"...talvez daí associá-la a um passado recente.
Vim por indicação do seu amigo Manuel Tomaz conhecer o seu blog e vou vir mais vezes.
Até lá envio um abraço aos dois e a todos os leitores.

Paula (http://onovoblogdosforninhenses.blogspot.pt/)
aluap a 7 de Maio de 2013 às 23:41

Obrigado pelo seu comentário. Peço desculpa por apenas agora estar a responder. Ultimamente tenho "produzido" pouco no meu blog espero voltar com mais algumas publicações logo que possa. verifico que tem muito interesse também pela sua aldeia e pelas tradiçoes, parece-me pelo que publicou, texto e bonitas fotos, que lá vivem ainda muitas pessoas, está muito activa tanto em festas e tradições como em agricultura. Como diz julgo importante reviver e deixar o arquivo histório (ainda que elementar e humildade no caso de Sarzedas).
Boa continuação.
Um abraço.
Armando

É. Os objectivos de divulgação das nossas terras são comuns.
Mas não pense que Forninhos é uma cidade ou vila, é uma aldeia pequena, que composta por uma localidade, conta com 200 habitantes e os jovens são pouquíssimos.
Mas lá se vão fazendo uns eventos para a população melhor passar os dias e nem vejo mal que a autarquia lhes proporcione isso, mas as pessoas mais jovens têm ter capacidade e objectivos diferentes (digo eu).
Já a nossa história, como sabe, se não fôr preservada cai no esquecimento, por isso, também procuro mantê-la "viva".
Grande abraço e continue...porque eu continuarei.
aluap a 11 de Junho de 2013 às 22:38

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